quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O EXERCÍCIO FÍSICO MELHORA O SISTEMA IMUNOLÓGICO?


Por André Yamada,


Olá pessoal, hoje vou falar de uma temática muito interessante, que a área da imunologia do exercício que vem crescendo na perspectiva da pesquisa. Será que o exercício físico é capaz de promover uma resposta protetora do sistema imune? Vamos então a discussão. Na corrente sanguínea circulam células responsáveis pela defesa do nosso organismo. Essas células brancas são chamados de leucócitos e possuem uma variedade de funções. Quem não já fez exame de sangue para ver o leucograma ou leucometria? Pois, então é justamente essas células que fazem destruir os organismos maléficos.


Eles possuem diferentes tamanhos e formas. E o que tem a ver todo esse contexto com o exercício físico? Muito! Primeiro, o exercício físico é um potente modulador do sistema imune. Vamos comentar e discutir sobre o por que. Quando realizamos um exercício físico nossos batimentos aumentam o que estimula as catecolaminas, com isso amentam os números de leucócitos totais. Vamos entender que isso é uma resposta natural do organismo. Alguns hormônios como o cortisol também alteram as células imunes. A gordura oxidada também tem essas funções.
O exercício bem estruturado, planejado e de moderada intensidade traz inúmeros benefícios como já sabemos. Com o tempo esse treinamento físico crônico adapta nosso organismo às exigências impostas como o estresse, esforço e risco em desenvolver alguma patologia. No entanto, devemos tomar cuidado quando o assunto é o controle desse treinamento. Por que? Devido ao fato do exercício intenso com cargas (relação volume e intensidade) não controlado poder trazer vários riscos à saúde. Você já ouviu naquele ditado que atleta sofre? Pois bem, a carga excessiva pode promover lesões na musculatura. Assim, várias células são ativadas para promover a fagocitose e regenerar o músculo.


Um estudo clássico mostrou também que atletas que realizavam um exercício de endurance tinha mais incidências de infecção do trato superior (ITRS) do que os não atletas que realizaram a mesma prova. Isso evidencia que o excesso de treinamento pode ao invés de melhorar a resposta imune, piorar a função imune e o quadro de infecções.
Uma dos fenômenos que acomete muito os atletas é a síndrome do sobretreinamento. Alguns sintomas já estão descritos como palpitação, cansaço, falta de apetite, dores e vontade de treinar. Provavelmente se retirarmos amostras de sangue de um indivíduo com esses sintomas o sistema imune vai estar deprimido. Ou seja, com maior risco de desenvolver uma inflamação, infecção ou lesão comprometendo o desempenho. Alguns parâmetros estão em desenvolvimento para serem utilizados como marcadores da inflamação., como a CK, LDH, Leucócitos, Citocinas e muitos outros. Apesar disso, em nosso laboratório quando realizei iniciação científica na UNIMEP não verificamos alterações nas adipocinas nos atletas o que mostra um adequado programa de treinamento.
Dessa forma cabe aos instrutores e professores orientar de forma correta a prescrição tomando devidos cuidados como sintomatologia e individualidade biológica das pessoas. Portanto, tudo que é em excesso faz mal né? Até mesmo o exercício físico. Bom treino a vcs!

André Katayama Yamada, Formado em Educação Física Bacharelado UNIMEPPerformance Humana. Mestrando em Ciências da Motricidade (Biodinâmicada Motricidade Humana)Linha Fisiologia Endócrino-Metabólica.

Um comentário:

  1. Estou fazendo um trabalho de iniciação científica também sobre o assunto, muito legal o que você escreveu.... eu até já tinha dado umas lidas sobre, mais gostei muito dos sintomas... rsrsrs Alguns sintomas já estão descritos como palpitação, cansaço, falta de apetite, dores e vontade de treinar. vou acrescentar aqui...

    Almir Gomes
    FARN - Natal-Rn

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